A HISTÓRIA DA RADIOLOGIA III

HENRI POINCARÉ

Em 20 de janeiro de 1896, semanas depois de Roentgen ter feito sua descoberta, Henri Poincaré elaborou um relatório sobre os raios X para a academia Francesa de Ciências. Além de sua explicação sobre os raios X, havia algumas observações referentes a fosforescências estranhas que ele observou. Esse fenômeno interessou Henri Becquerel, que iniciou suas pesquisas baseando-se na hipótese de Henri Poincaré. Este último supunha que havia uma relação entre a emissão dos raios X e a fluorescência do material de vidro de que era feito o tubo de raios X. Hoje se sabe que a fluorescência é causada pelos raios catódicos. Na verdade, de acordo com os conhecimentos atuais, não existe relação direta entre a emissão de raios X e a luminescência. Mas é graças a essa pista falsa que muitas descobertas foram feitas.

HENRI BECQUEREL

Para Henri Poincaré, havia relação entre a emissão dos raios X e a fluorescência do material. Poincaré apresenta à Academia um trabalho de Charles Henry no qual testa o sulfeto de zinco fosforescente, verificando que esse material é capaz de aumentar o efeito dos raios X, confirmando a hipótese de Poincaré. Uma semana depois, surge um trabalho de Niewenglowski que confirma e amplia os resultados de Henry, porém utilizando outro material, o sulfeto de cálcio. Assim, Becquerel, baseado em estudos de outros pesquisadores, seguindo os mesmos passos e descrevendo observações, também repetiu alguns equívocos, atribuindo à radiação do urânio propriedades como reflexão regular, refração, polarização e aumento de intensidade quando estimulado por luz. Para ele, a radiação que estudava era semelhante à luz.

CHARLES HENRI

Ao realizar suas experiências, Becquerel colocou um sal duplo de sulfato de urânio e potássio sobre um filme fotográfico sob a luz solar. Verificou no filme a imagem do cristal de urânio; supunha que urânio emitia raios X. Em outro momento essa mesma experiência não pôde ser repetida devido ao mau tempo. Todo o material foi, então, guardado numa gaveta sobre filmes. Após a revelação desses, o cientista verificou que estavam muito mais escurecidos do que se estivessem ficado expostos ao sol. Após repetir a experiência várias vezes, Becquerel percebeu que se tratava de uma energia que ainda não havia sido descrita. O cientista se referiu a essa energia como radiação ativa, porém não classificou nem descreveu a natureza da radiação emitida pelo urânio.

Em 1º de março, Becquerel comunica sua descoberta à Academia de Ciências da França; os raios foram chamados de raios de Becquerel. Eis que ocorre a descoberta da radioatividade.
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